Em franca decadência, "Espiritismo" brasileiro, consagrado como uma igreja, apela para não acabar

Há mais de 100 anos que o "Espiritismo" brasileiro tem se consagrado como uma igreja de fé cega, rompendo totalmente com a doutrina original codificada na França, transformando Allan Kardec em um mero objeto de bajulação. O resultado é que a igreja resultante se mostrou totalmente incompetente na missão de melhorar a humanidade.

Com um repertório dogmático cheio de erros, absurdos e contradições, lideranças pseudo-humildes que posam de oráculos e donos dos segredos do universo e muita mentira e fraudes tanto na manifestação de espíritos como na caridade feita de maneira precária e paliativa, o "Espiritismo" brasileiro tem se mostrado uma verdadeira farsa doutrinária. 

Aos poucos as pessoas vão se conscientizando e abandonando centros "espíritas", cansados de tantas mentiras e tanta incapacidade de gerar melhorias reais. Claramente rompido com Allan Kardec, o "Espiritismo" brasileiro vislumbra o seu fim próximo, o que pode prejudicar os interesses nada caridosos das lideranças que nunca se empenharam para melhorar de forma substancial a humanidade, usando a caridade para se promover e atrair adeptos.

Apavorados com a possibilidade de ver a sua galinha dos ovos de ouro fechar a cloaca, lideranças "espíritas" começam a agir para evitar seu fim. Mas não pensem que eles vão eliminar todos os seus enxertos e retomar os pontos da doutrina original. Eles sabem que estes dogmas é que atraem gente, pois a maioria das pessoas não gosta de racionalidade e fantasia e pieguice nas doses certas satisfazem os instintos emocionais dos mais ingênuos.

Além do mais, eles não podem mais voltar atrás. Embora assumir os erros de mais de 100 anos fosse um ato de honestidade, ficaria mal diante dos seguidores desmentir quase todos os dogmas. Seu maior garoto propaganda, o beato Chico Xavier, seria facilmente desmascarado.

Sem se importar com o conteúdo e focando no assistencialismo, os "espíritas" arregaçaram as mangas e partiram para a luta para poder manter a deturpada doutrina de pé. Suas lideranças temem o que aconteceu com a Igreja Renascer que perdeu uma imensa quantidade de seguidores após denúncias de escândalos financeiros envolvendo suas lideranças. "Espíritas" são muito cuidadosos em colocar escândalos debaixo do tapete.

Focar na caridade é muito bom porque atrai simpatia da população, que não sabe bem distinguir a caridade paliativa do ativismo social. Para muitos, uma sopinha vale mais que mudar as leis para que os pobres aumentem seu padrão de vida e passem a comer melhor. A sopinha comove e serve para promover lideranças. Que o diga Chico Xavier, canonizado como quase um deus sem fazer uma caridade que mudasse a sociedade como um todo. A sopinha dele parecia ser mágica.

A tática da caridade também é boa para atrair leigos e laicos para que pessoas de fora, que não conhecem o que acontece dentro de centros, sejam facilmente atraídas. Também pode atrair tanto sofredores precisando de ajuda como pessoas que queiram trabalhar em centros, assim como simples simpatizantes de atividades de caridade. Uma falsa rede de bondade que em 100 anos nada fez de concreto, servindo como ilusão a favorecer suas lideranças.

Resta saber se a campanha de recuperação do "Espiritismo" brasileiro vai dar certo, pois o seu repertório dogmático continua surreal e contraditório. Será que ainda existem "espíritas" capazes de serem enganados?

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