Não precisamos de Deus para existir mundo espiritual

A maioria das pessoas acha normal que um universo, imenso e em expansão, seja controlado por apenas uma pessoa, que a humanidade dá o nome de "Deus". Ou seja, segundo quem acredita nas religiões, toda a humanidade está submetida às regras - e aos interesses - de um só Tirano, o Senhor do Universo.

Segundo uma comunicação espiritual obtida por meio de um médium amigo nosso que pediu para não ser identificado, temendo danos pessoais, um espírito garantiu que Deus não existe. O mundo espiritual nada tem de comum com o mundo material, como Kardec havia alertado. 

A existência de uma liderança a governar o universo seria impossível de acordo com o fato de mundo espiritual ser diferente. Afinal, o mito de Deus foi criado de cordo com as lideranças terrestres. Conhece o dono da Coca-Cola? Não? Nós também não conhecemos. Deus é assim: um grande empresário que vive escondido praticando sua tirania sem que pudéssemos vê-lo.

Do contrário do que parece ser, a crença na existência de Deus é materialista. É baseada na nossa impossibilidade de compreender a natureza como auto-gestora, tendo a necessidade da interferência de uma força humana para que as coisas aconteçam.

Porque precisamos de um Deus para que haja mundo espiritual? Levantamos a hipótese de um ateísmo espírita e sempre que tocamos no assunto, somos criticados por pessoas que são incapazes de imaginar um universo sem gestão de um ser antropomorfizado. Muitos se revoltam quando expomos a possibilidade de uma espiritualidade sem Deus.

O materialismo e o costume de vermos coisas sendo feitas por seres humanos nos faz presos a tese de que o universo tem que ser controlado por alguma força humana. Sinceramente, nem mesmo sei se a forma humana é presente em outros planetas. Há possibilidade - não confirmada - de que sejamos o único planeta habitado por formas humanas. 

A religiosidade na verdade é a crença de que contos mitológicos sejam fatos históricos ocorridos em um passado remoto. É uma ideia equivocada que a maioria das pessoas insiste em acreditar por parecer bastante confortável. Confortável como o costume de uma criança acreditar em Papai Noel e em amigos imaginários. Melhor dizendo, a religiosidade é o resquício de nossa infância mais pueril e fantasiosa.

Não sabemos como é o mundo espiritual. Os estudos sobre espiritualidade ainda engatinham, pois a religiosidade embutida no Espiritismo travou qualquer oportunidade de pesquisa racional, substituída pelas suposições da fé cristã, quase sempre falha e sempre alucinada.

Negligenciamos a lógica em prol de uma crença tola e irracional. Por isso continuamos a não saber o que acontecerá conosco após o fechar dos sepulcros. Uma pena saber que a nossa fé teimosa continua a nos impedir de entender como funciona o mundo espiritual, impedindo de nos comunicar com entes falecidos. Melhor deixar para lá, enquanto insistimos na teimosia de crer mais e pensar menos. 

Quando todas as religiões foram extintas - incluindo o ilusório "Espiritismo" brasileiro - retomaremos a racionalidade e nos disporemos a contestar e pesquisar sobre quaisquer conceitos , criando a possibilidade de nós mesmo responder a muitas dúvidas sem as tolices impostas pela sempre irresponsável fé religiosa.

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