Crença em Deus é reforçada pelo mito de que a maioria das pessoas está correta

Infelizmente estamos bem longe de ver o ateísmo, que é uma não-crença, dominar na humanidade. A maioria das pessoas acha lógico em ver o universo, infinitamente gigantesco, sendo controlado por um homem superpoderoso que vive se escondendo de seus próprios fiéis.

Mas o que faz uma gigantesca parte da humanidade acreditar nesta crença sem sentido de sermos todos controlados por um Gigante Invisível? Pode parecer engraçado, mas é justamente o fato desta crença ser seguida pela maioria que reforça ainda mais a própria crença.

Para a maioria das pessoas, a maioria das pessoas (desculpem a necessária repetição do termo) é perfeita, inteligente, correta e sábia e portanto, sabe do que pensa e se encontra totalmente imune a qualquer tipo de enlouquecimento.

Como ma maioria das pessoas não é louca, a crença em Deus, existente na maioria, é correta e inquestionável. E é uma crença recíproca, pois se Deus é perfeito, criou as pessoas perfeitas, que com a mente no lugar, acredite neste mesmo Deus. Loucos são os ateus, que se recusam a acreditar neste tal Gigante Invisível.

A transformação da crença em Deus em uma regra social, cobrada por todos os cidadãos, que consideram a não-crença em uma espécie de rebeldia reprovável, uma desobediência ao "Presidente do Universo", líder divino de tudo e de todos, reforça ainda mais esta crença. Um gado sempre deve obediência a seu vaqueiro e quem se recusar vai se desgarrar e se "perder pelo caminho".

Mesmo que cada pessoa dê características pessoais a cada "Deus" que more dentro de suas cabeças, há o consenso social de que Deus é único, com existência certa, mas nunca comprovada. Mas para quê comprovação, se "é óbvia" a existência de um Tirano a querer mandar em toda a humanidade?

Aliás, pensar exige esforço e o melhor a fazer é acreditar. Ainda mais que a crença em Deus está ligada aos nossos instintos. Precisamos de um tutor a guiar as rédeas, a domar a humanidade. Para nós é estranho vivermos por conta própria e ver a natureza funcionando de forma autômata. Normal mesmo é acreditar que pessoas controlam a natureza, guiadas por um líder superpoderoso.

De qualquer forma, o convívio social faz imensa cobrança em relação à crença em Deus. Por mais absurda que pareça a ideia, ela é consagrada pela sociedade que não se incomoda com contradições, desde que elas sejam confortáveis e correspondam aos seus instintos mais primitivos. Mesmo que esses instintos representem a "superioridade" da civilização regulada pela moral religiosa. Aquela criada e exigida por um Gigante Invisível que vive escondido nos confins do universo.

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