Espíritas brasileiros clamam por um tutor antropomorfizado!
A humanidade ainda se encontra na sua infância coletiva. E como crianças, exigem a presença de um tutor. E este tutor deve ser humano, uma pessoa e de preferência um pouco tirana, pois a sua capacidade de mandar dá uma noção de autoridade, o que nos dá em consequência a ilusão de proteção. Por mais que neguemos, nos gostamos de sermos protegidos por tiranos.
A má interpretação dos espíritas, religiosos ou não, ao que está escrito nas obras da codificação, somada a incapacidade que temos de entender e de imaginar o que está fora da nossa realidade, reforça a crença no Deus-pessoa, mesmo que seja um Deus-espírito. Ora, espíritos são pessoas sem os corpos e se Deus e espírito, logo Deus é uma pessoa, ou seja uma antropomorfização à moda espírita.
Quando dissemos a esses espíritas sobre a possibilidade de uma ateísmo espírita, eles logo se arrepiam: "Vou ficar sem meu tutor?", certamente a reação mais comum. Ficar sem um tutor soa como um pesadelo para os teístas e criar um tutor imaginário, construído ao gosto de cada fiel, gera tranquilidade para os que ainda precisam de alguém para lhes ajudar a andar.
Ignoram a possibilidade do universo ser auto-sustentável, como se as leis naturais fossem tão imperfeitas que deveriam ser controladas por um interventor a agir em favor da própria vontade.
Ainda vai demorar muito para as pessoas entenderem o absurdo de um universo imenso ser controlado por um poderoso homem, imperfeito e autoritário, apesar dos rótulos antônimos que costuma estar associado. Crianças como ainda somos, desejamos ter uma babá divina a pensar por nós ao mesmo tempo que pretende nos escravizar para que satisfaçamos gratuitamente as vontades divinamente mesquinhas desse "criador" criado por nós.
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