Falta de seriedade do "Espiritismo" brasileiro faz ateus desprezarem o mundo espiritual


Para muita gente, "mundo espiritual" e "coletivo de divindades"são sinônimos. Incapazes de entender a vida pós-morte alem das mitologias fantásticas das mirabolantes estórias de ficção, quem crê nas dimensões além da matéria sempre vai enxergar como um habitat de divindades e seres fantásticos, daqueles que são impossíveis de existir no mundo real. O mundo espiritual quase sempre acaba sendo aceito como um lugar fabuloso e surreal.


Isso prejudica bastante a compreensão do mundo espiritual tanto do lado dos religiosos quanto do lado dos ateus. Mesmo ideologicamente opostos, os dois tipos de pessoas acabam se afinando no entendimento de como deve ser o mundo material, fazendo com que religiosos aceitem cegamente e ateus rejeitem também cegamente. Nenhum dos dois se decide por tentar imaginar a possibilidade de um mundo espiritual sem divindades, como uma extensão da vida cotidiana.

Isso se dá porque o "Espiritismo" aplicado no Brasil abandonou os estudos espirituais e preferiu virar uma seita de fé cega, aceitando e difundindo todo tipo de absurdo. O prestígio angariado pelas lideranças (como Chico Xavier, Divaldo e muitos outros) só piora a situação, pois eles espalham esses absurdos que são aceitos cegamente com base no poder de influência que essas lideranças possuem. 

Graças a elas, o Espiritismo, mesmo o original (ignorado pelos brasileiros), se transformou em fonte de chacota para quem não está envolvido no assunto. Não há como levá-lo a sério. Por isso que ateus preferem ignorar até mesmo os pontos mais científicos do Espiritismo original, pelo péssimo estigma que ganharam no Brasil.

Mundo espiritual fantasioso

O mundo espiritual descrito por eles pouco difere do "céu e inferno" relatados na Bíblia e nas obras católicas. É um habitat de divindades, seres superpoderosos que supostamente governam o universo sobre a orientação de um velhinho de barba que só vive escondido, chamado "Deus", que governa as nossas vidas como um tirano, numa escravidão moral que tem que ser aceita com alegria.

Ninguém imagina uma vida espiritual diferente desta porque arraigou na sociedade o ponto de vista do "céu e inferno" cristãos. Como a vida espiritual é uma incerteza e incertezas geram desconforto, as pessoas preferem pensar desta forma e aceitar o mundo espiritual "divinal", que é o relato que eles tem até agora, oficialmente.

Os espíritos haviam dito a Allan Kardec, que assinou embaixo, que o mundo espiritual em nada se pareceria com algo que existisse no mundo material.Ou seja, não teríamos condição de sequer imaginar como seria a ida pós-morte. E mesmo a conhecendo (se reencarnamos, é sinal de que conhecemos a vida pós-morte), as impressões são apagadas de nossa memória, pois suas lembranças poderiam ser prejudiciais à nossa vida material.

Mas com certeza, a vida espiritual é totalmente diferente do qualquer religião diz. religiões trabalham cm fantasias, absurdos. Como entretenimento, não fazem mal algum. Mas como manuais de sobrevivência, só  têm causado estragos.

É melhor admitirmos a existência do mundo espiritual, pois o nada não faz sentido. Mas com o cuidado de não tentar imaginar como ele é. Pois se for como as religiões dizem há milênios, incluindo o malfadado "Espiritismo" brasileiro, a vida pós-morte nada difere dos contos de fadas encontrados em qualquer livro que tenha influenciado algum desenho produzido pela Disney. Fantasia pura.

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