O mal que o "espiritismo" deturpado brasileiro faz à humanidade

Desde criança, ouvimos coisas como: "filho, não brinque com almas penadas, pois nunca se sabe o que elas são capazes de fazer". Um conselho sábio. Mas um grupo de velhinhos supostamente amadurecidos desobedeceu este conselho e transformou o "Espiritismo" brasileiro numa brincadeira de Caça-Fantasmas.

Desde que chegou ao Brasil, o "Espiritismo" já surgiu deturpado, igrejista e apelando para fraudes para poder se justificar. Mas também desde o início, também apareceram homens sérios dispostos a denunciar a farsa da deturpação, como Angeli Torteroli e André Dumas, além de intelectuais como Deolindo Amorim, Gélio Lacerda e o conhecido José Herculano Pires, todos dispostos a devolver o Espiritismo ao cientificismo original.

Mas os deturpadores tinham costas largas e objetivos faraônicos. desejavam ser a religião oficial de toda a humanidade. Por isso emporcalharam a doutrina com um festival de enxertos contraditórios sob a malfadada desculpa de "ecumenismo", na tentativa de atrair mais gente - embora alegassem que nunca quisessem aumentar o "rebanho" - e se tornar hegemônica.

Para aumentar ainda mais o prestígio desta brincadeira, transformaram seus maiores garotos propagandas - a "santíssima trindade" Bezerra-Chico-Divaldo - em divindades vivas, seguindo um costume muito comum em tempos remotos de associar tudo ao Divino para garantir influência absoluta e irrefutável. Alçados à divindades, os "médiuns" viraram donos da verdade e a menor asneira dita virava lei para os seus fanáticos admiradores e seguidores.

Mas graças a internet, pessoas que dependiam da atuação de denunciadores para desmascarar a farsa do "Espiritismo" brasileiro, encontraram a oportunidade de falar e de denunciar as deturpações, contradições e fraudes cometidas em nome da doutrina, que curiosamente nunca . 

Ultimamente, as denuncias têm dado certo e aos poucos os velhos "mestres" como Divaldo e Chico, antes altamente confiáveis, vem sendo desmascarados e perdendo influência. Foi meio tarde mas não foi por falta de oportunidade pois a entrevista de Chico em 1971 para o talk show popularesco Pinga Fogo, e a carta de Herculano Pires sobre Divaldo, poderiam ter jogado os dois falsos "médiuns" ao ostracismo já nos anos 70, impedindo o crescimento de sua influência nefasta.

Somada as denuncias que felizmente são publicadas em redes sociais, com provas inquestionáveis, a entrevista recente de Divaldo Franco, onde se mostrou um velho ranzinza de ideias medievais o desmascarou, mesmo em final de carreira e de vida (ele está com 90 anos), desmontando ao mesmo tempo os mitos de seria um "sábio" e o de que seria um "homem de extrema bondade". Ou seja, nada tem de divino.

Todas as polêmicas surgidas nos últimos tempos graças a denuncias de gente sensata vão obrigar o "Espiritismo" brasileiro a abandonar seu igrejismo, fazer uma verdadeira faxina para descartar dogmas contraditórios e absurdos doutrinários e retomar as caraterísticas que tinha quando surgiu através de Allan Kardec, cientista sério que no Brasil ainda é um ilustre desconhecido, com obra desprezada e reduzido a mero objeto de bajulação.

Torcemos para que tudo seja corrigido e que os deturpadores sejam rigorosamente eliminados da historiografia do que deveria ser o Espiritismo (sem aspas) brasileiro.