A mania de humanizarmos as coisas

Quando somos crianças, temos o hábito de humanizar tudo. Animais e objetos são transformados em pessoas para que as crianças possam prestar atenção nelas. É uma característica tipicamente infantil que é salutar durante um período. E se torna desnecessário a medida que nos tornamos adultos.

Mas há adultos  que preservam esta mania. Tratam animais como se fossem parentes próximos, conversam com plantas e até com objetos. Natural para estas pessoas que todas as coisas, inclusive fenômenos da natureza, sejam feitas por pessoas. Mesmo que estas pessoas sejam divinais, superpoderosas (como os heróis da infância).

Por esse motivo que a religiosidade das pessoas é alta. Tido como sinal de evolução pelos seus defensores, a religiosidade na verdade é instintiva, sintoma da necessidade que temos de ter um tutor. Quando ficamos adultos, deixamos de ter os cuidados de nossos pais e aí a religiosidade vem como meio de compensar a ausência paterna e materna que nos conforta tanto.

Isso nos deu a ilusão de que existem pessoas cuidando de nós. É horrível nesta fase de infância da humanidade a ideia real de que não existem pessoas acima de nós. Não conseguimos entender que a natureza funciona por conta própria, chegando a pensar que seres humanos como nós é que controlam os fenômenos da natureza. Algo precisa ser repensado em relação a isso.

Um dia a ciência vai colocar a prova isso tudo e assim, teremos a maturidade para entendermos melhor como as coisas funcionam, sem precisar de amigos imaginários para satisfazer nossos instintos ainda bem primitivos.

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