Trocar a fé pela razão: uma necessidade urgente

Estamos no seculo XXI. Mas tem muita gente que ou não sabe disso, ou gostaria que o novo século tenha características de tempos mais antigos, na ânsia de manter zonas de conforto intactas. É muito difícil para pessoas acostumadas por muito tempo a errar a desfazer desses erros.

A religiosidade foi necessária nas idades mais antigas da humanidade, em um passado muito remoto. Imaturas e aprendendo a raciocinar, necessitavam da crença em um tutor invisível para se sentirem protegidas e orientadas. Com o desenvolvimento da capacidade de raciocinar, a religiosidade vai se tornando descartável, pois as pessoas passam a observar evidências ao invés de acreditar no que simplesmente lhes é dito. 

Mas chega o século XXI e surpreendentemente a religiosidade continua em alta. A tecnologia as máquinas e aparelhos se desenvolve, mas a tecnologia humana atrofia. Estamos cada vez mais burros e teimosos, alem de agarrados a valores falsamente positivos que nos dão conforto, mas nunca benefícios reais. É uma decepção imensa ver que estamos tão atrasados em uma era de suposta evolução. 

O que deixa ainda mais pasmo é a imensa quantidade de jovens altamente religiosos. Triste ver que mentes que poderiam oferecer mudanças se limitam a macaquear os erros de gerações anteriores, preservando equívocos, problemas e preconceitos.

Claro que o número de irreligiosos (ateus, agnósticos e outros tipos) aumenta bastante. Mas ainda em numero bem inferior ao que deveria. A mídia oficial ainda não reconhece os ateus e agnósticos, agindo como se todos os telespectadores fossem religiosos, sobretudo cristãos, aproveitando-se disso para fazer proselitismo religioso, preservando a fé cega que impede as pessoas de evoluir.

Até mesmo os "espíritas", que vivem falando da boca para fora em "razão", "fê raciocinada", "ciência" e outras coisas parecidas, na prática acabam por travar seus cérebros, participando passivamente de reuniões em centros que mais se parecem missas de igrejas, aceitando cegamente o que palestrantes dizem por opinião própria, ignorando aspectos realistas da doutrina. Fingindo racionalidade, os "espíritas" brasileiros acabam por ser tão tapados quanto os fiéis de outras seitas, satisfeitos com as lendas contadas pelas falsas lideranças em que confiam.

O ideal é que a religiosidade sumisse de uma vez por todas da face da Terra. Não podemos continuar reféns de um ser tão real quanto qualquer personagem de história em quadrinhos. As religiões tem sido motivo de discórdia e causa primária de nossa passividade e inércia intelectual que nos faz ter uma visão distorcida da realidade. Estamos há muitas décadas com os mesmos problemas e ao invés de resolvermos por conta própria, esperamos que duendes e fadas resolvam por nós. E como não existem, os problemas se mantém sossegados aonde estão. Aonde sempre estiveram.

Mal sabem os próprios fiéis que as religiões, sem exceção, foram criadas para que homens comuns pudessem virar líderes, submetendo imensas multidões a serem escravas de suas vontades, satisfazendo interesses particulares. Mas a associação com supostas divindades dedicadas "exclusivamente ao bem" fazem com que fiéis não se importem e ser manipuladas. Agradar o fictício Gigante Invisível que está por trás de "confiáveis" lideranças religiosas parece um bom negócio.

E o fortalecimento da religiosidade no início deste século, mesmo com o aumento na quantidade de irreligiosos, sinaliza que ainda não possuímos a coragem de nos divorciar das ilusões oferecidas pela fé. Ainda não sabemos usar os nossos próprios cérebros e preferimos a confortável inércia de acreditar que lendas e seres imaginários vão resolver aquilo que deveria ser de nossa responsabilidade. 

A religiosidade se mostra cada vez mais não passar de uma forma positiva e correta de irresponsabilidade. E que os problemas continuem. Até o momento que trocarmos a fé pela razão. O que já deveríamos estar fazendo há muito mais tempo.

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